quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O filme “AVATAR” e a POSSESSÃO.





O filme “AVATAR” traz mensagem subliminar interessante ao sugerir que uma mente pode comandar estrutura corporal diferente da sua. Enquanto o personagem permanece em um estado de sono em uma máquina preparada para tal fim, seu “EU” passa a se ligar num corpo criado para facilitar pela aparência o contato com seres supostamente hostis de um planeta a ser explorado, mantendo sua personalidade e suas lembranças, ele comanda o novo corpo interagindo com seres desse planeta e com seus amigos invasores, enquanto seu próprio corpo se mantém inerte na máquina.
Essa situação me reportou aos quadros definidos vulgarmente de “possessão demoníaca” quando num estado alterado de consciência observamos pessoas agindo e se intitulando com nomes deferentes do seu, contando episódios que não vivenciaram e descrevendo locais que desconhecem. Recordo-me de um episódio que presenciei onde uma jovem aparentemente em transe se dizia ser um rapaz afirmando ter nome de homem e que havia morrido num acidente de automóvel anos atrás.
Nossa mente se apresenta tão poderosa para criar, repetir e armazenar conhecimento, a história nos mostra ocorrências sociais tão difíceis de explicar como crianças afirmando terem vivido em outro lugar com outros pais, quantas vezes em um determinado lugar visitado temos nítida impressão de já termos estado ali, quantas pessoas que já morreram são vistas pelos familiares e não damos a menor importância, acabamos atribuindo-as ao sobrenatural, sempre atribuímos ao sobrenatural aquilo que ainda não compreendemos, mas em muitos casos o “sobrenatural” se define como um ser humano, com nome, com uma história, com um passado que pode ser comprovado, contudo relegamos pelo menor esforço, a uma alucinação a um desequilíbrio momentâneo da pessoa e esquecemos.
Somos com certeza muito maior que simplesmente nosso corpo, somos um universo mental que se individualiza, com sentimentos únicos, aspiração pessoais, um passado escrito a cada segundo vivido e um desejo enorme de continuar, continuar sempre, pela eternidade! Fica a pergunta que sempre perseguiu a humanidade: Sou apenas e simplesmente meu corpo? Ou será que minha mente, meu “EU” sobrevive ao afastamento dele e posso continuar ainda que esse corpo se mantenha inerte pelo sono ou pelo coma ou ainda pelo fenômeno da morte? Creio sinceramente que a inteligência que conseguiu produzir a constituição de algo tão complexo como um ser humano, não o faria para viver apenas alguns anos. Deve existir sim algo que nós ainda não compreendemos, que fogem aos nossos sentidos que não captados pelos nossos aparelhos, mas que um dia teremos evidenciado como tantas coisas que hoje já descobrimos.
Indago finalmente será que as novas idéias que surgem através do que chamamos hoje ficção não são sugestões para descobrirmos novas realidades? O que parecia sobrenatural não se tornou corriqueiro pelo conhecimento? Nenhuma ficção do passado se tornou realidade em nosso presente, quando utilizando nossa inteligência para buscar o novo, o melhor, o mais prático ou o que almejamos? Não conseguimos o que parecia impossível? Somente o futuro nos dirá, mas para que ele diga necessitamos exercitar nossa inteligência, sem superstições dos povos, sem as crendices das religiões, sem menosprezo aos fatos, analisando-os sob os mais diversos prismas humanos e científicos, em busca do real.
Moisés Rossi.


Fonte da imagem: http://v8web.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/01/avatar-o-filme1.jpg

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