sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Deputado Arnaldo Jardim FALA!







ECONOMIA E VIDA



União para o trabalho e oportunidade para todos! As cooperativas são um bom exemplo para definir a economia solidária, o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010, lançada no último dia 17 de fevereiro. Um tema muito oportuno neste momento, diante da fragilidade de regras no mercado, mesmo após a crise financeira, do assistencialismo político-eleitoral que ganha cada vez mais espaço na administração pública e da necessidade de repensarmos um novo modelo econômico, menos excludente e verdadeiramente emancipador.

“A economia não é algo odiado, porém é preciso atentar para o seu modo de usá-la e desenvolvê-la. Não fazemos uma crítica a uma pessoa ou governo, mas a uma mentalidade de concentração de renda e de colocar a economia como finalidade de vida em que poderíamos olhar mais a pessoa humana”. As palavras do representante da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o arcebispo dom José Alberto Moura, resume bem os princípios que regem o verdadeiro cooperativismo.

É cedo para uma reflexão mais aprofundada sobre a crise financeira, só que algumas lições já podem ser aprendidas. As regras de mercado se mostraram falhas ao privilegiar as análises macroeconômicas em detrimento da realidade das pessoas, assim como, a busca pelo lucro por si só desconectada da promoção do bem estar social também não tem lastro, fomenta apenas a especulação e aumenta as desigualdades sociais no mundo. Ficou claro que o lucro não pode ser encarado como fim, mas o meio para estimular grandes transformações sócio-econômicas.

Cada vez mais, a teoria econômica tem dado ênfase a microeconomia e as iniciativas de democratização do crédito. Exemplo disso foi à escolha do economista Muhammad Yunus, de Bagladesh, criador do micro crédito, para receber o Prêmio Nobel da Paz de 2006. Os organizadores do prêmio enfatizaram, na época, uma premissa: não é possível haver paz sem que haja desenvolvimento, e não há desenvolvimento se persistir a pobreza, a fome e a exclusão.

Desta forma, é possível estabelecer vínculos, mesmo que involuntários, entre os princípios do cooperativismo com a necessidade de repensarmos o modelo de economia, tais como: a adesão voluntária e livre (sem qualquer tipo de discriminação), o interesse pela comunidade, a autonomia e independência, a educação, formação e informação, a gestão democrática, a participação econômica dos membros, a intercooperação, além, é claro, da responsabilidade social.

No Brasil, o cooperativismo já representa 6% do PIB (Produto Interno Bruto), faturando cerca de R$ 85 bilhões anualmente. Dispomos de mais de 7,7 mil cooperativas, com seus oito milhões de associados, que empregam mais de 250 mil pessoas. O problema é que ainda padecemos da incompreensão jurídica, a partir de legislações com forte atuação dos órgãos governamentais, de controle e fiscalização das cooperativas.

Apesar de termos comemorado vitórias importantes no âmbito do Legislativo, no sentido de escorar o crescimento do sistema cooperativista a partir de um marco legal capaz de contemplar os avanços dos 13 ramos de atividade no País, ainda permanece a indispensável e urgente necessidade de aprovarmos a regulamentação do Cooperativismo de Trabalho e um novo texto para o Ato Cooperativo.

Desta maneira, reafirmo o compromisso, como parlamentar, de lutar para que o cooperativismo possa crescer, de maneira sustentável, transformando a realidade de um País tão desigual, a partir dos princípios que regem o verdadeiro cooperativismo.



Deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) – Diretor da Frencoop – Frente Parlamentar pelo Cooperativismo.

arnaldojardim@arnaldojardim.com.br

www.arnaldojardim.com.br

http://twitter.com/ArnaldoJardim

(fonte da imagem: internet, via Google)

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