sexta-feira, 3 de junho de 2011

SER AMIGO É TROCAR

Muitas coisas em nossa vida se traduzem por escolhas, que feitas, repercutem ao longo do tempo interferindo nas ocorrências de nossa existência, tornando-a mais tranqüila e agradável ou conturbada e complicada, dependendo de sabermos ou não efetuar a opção que mais nos favoreça, assim ocorre na profissão, na religião, na cidade, no time de futebol e em diversas outras situações, mas não na amizade que não se faz por escolha e sim por afinidade.

Nunca saímos à procura de amigos, eles surgem ao longo da nossa vida, espontaneamente nos mais diversos relacionamentos humanos dos quais participamos em virtude das atividades naturais do cotidiano. Entretanto cultivar e manter uma amizade, não é tarefa das mais fáceis, pois somos extremamente diferentes uns dos outros, causando com nossa conduta entrechoques freqüentes ao persistir em um relacionamento mais próximo, causando na maioria das vezes desconforto entre as partes.

Doar-se, entendendo que não vamos modificar as pessoas e precisamos aceitá-las como são, é um excelente princípio para a formação de uma amizade, onde havendo reciprocidade de intenções, surge a oportunidade de estabelecer-se um vínculo afetivo, que pode tornar-se duradouro, quando as partes entenderem que SER AMIGO É TROCAR; que amizade é uma avenida de duas mãos de fluxo espontâneo, onde o receptor, por sua vez, se sente feliz em poder doar, se tornando assim, possível a compreensão da assertiva que é mais importante dar que receber, pois o verdadeiro amigo se sente tão feliz em ajudar quanto ao ser auxiliado.

Grande inimigo e esfacelador das amizades sinceras é o egoísmo, estabelecido no momento em que o indivíduo não sente em seu íntimo que o bem naturalmente ofertado pelo sentimento de apego do amigo, deveria causar pelo mesmo sentimento, uma sensação de obrigatoriedade da compensação, que também naturalmente seria retribuída, criando assim reciprocidade numa seqüência que natural e espontaneamente acarretaria no transcorrer do tempo uma afeição cada vez maior e mais robusta, chegando por fim a estabelecer entre ambos o sentimento de amor fraternal, sentimento maior no ser humano, que deveria impulsionar todas as atitudes e existir em todos os corações.

Cultivar amizades, cativando corações pela troca afetiva dos sentimentos mais nobres é sinônimo de equilíbrio e bem estar no contexto social da existência humana, pois somos seres sociáveis, nos sentindo melhor e mais completos, quando entrosados harmonicamente no grupo. Necessário se faz então, um mínimo de empenho individual, no sentido de procurar compreender as necessidades de cada relação, nas deficiências específicas da cada individuo, para compor com nossa presença e atitudes, as carências alheias e proporcionando ao mesmo tempo, equilíbrio e paz em nosso campo íntimo, com a participação das pessoas que nos rodeiam.

Moisés Rossi